Tabuleiro de Ouija, Spirit Board, Talking Board Tamanho: 38,5 cm Material: MDF Função: Contacto com os espíritos, outras realidades, etc. [...] VER DETALHES VER PRODUTOS RELACIONADOS
O tabuleiro de Ouija está diretamente relacionado ao espiritualismo, que surgiu como um movimento religioso em 1848 e virou religião em 1893. Em comum, as religiões partilham a crença em espíritos e na possibilidade de comunicação com eles. Nessa época, médiuns e sessões espíritas eram coisas comuns e aceitas pela sociedade.
Os tabuleiros de fala (“talking boards ou spirit boards”), com o alfabeto impresso, já faziam sucesso nos EUA do século 19, mas foi em 1890 que o empresário Elijah Bond teve a ideia de uma prancheta que deslizasse sobre as letras. William Fuld, um de seus funcionários, logo começou a produzir as próprias tábuas.
Ninguém sabe ao certo de onde veio o nome “Ouija”. O folclore em torno do tabuleiro aponta que seria uma junção das palavras “sim” em francês e alemão – “oui” e “ja”. Segundo o historiador Robert Murch, o nome teria sido sugerido pela própria tábua numa sessão de Elijah Bond com sua cunhada, Helen Peters. Mas é bem provável que essa manifestação tivesse a ver com o colar que Helen usava naquele momento, contendo uma foto de uma mulher ativista chamada Ouida.
Foi durante a 1ª Guerra Mundial (1914-1918) que a popularidade do tabuleiro de Ouija cresceu, principalmente entre os católicos. No contexto de incertezas e mortes, cresceu nas pessoas o desejo de saber sobre o futuro e contatar entes queridos falecidos. Preocupado, o Papa Pio X convocou, em 1919, o “investigador psíquico” J. Godfrey Raupert para alertar os fiéis sobre os riscos do jogo. Foi nessa época que ele publicou o livro A Nova Magia Negra e a Verdade Sobre o Tabuleiro Ouija, relacionando o tabuleiro à magia negra.
Foi o livro O Exorcista, de William Blatty, que, em 1971, mudou a fama do jogo. Isto porque o autor inspirou-se no caso real de um menino do estado de Maryland que teria entrado em contato com um demónio por meio do jogo em 1949 e, depois, teria sido possuído pela entidade. Com isso, de instrumento para falar com os mortos, a tábua de Ouija virou um artefacto de invocação demoníaca. A adaptação cinematográfica de 1973 só aumentou essa fama.
Com o tempo, o uso do tabuleiro deixou de estar associado à religião e ficou mais ligado ao ocultismo – os católicos, por exemplo, hoje condenam o item. Mas ele continua popular, sendo o tema de filmes como Ouija (2014) e tendo vendido a quantidade estimada de pelo menos 25 milhões de unidades na história. É fácil achar o tabuleiro em lojas de brinquedos – a dona atual da patente é a gigante Hasbro.
AS REGRAS
O regulamento considerado oficial foi determinado pela companhia Novelty Kennard, a primeira empresa a patentear o jogo, em 1891.
O ideal é jogar em dupla, mas, quanto mais pessoas no grupo, mais agitado será o jogo. A principal dica aqui é: nunca jogue sozinho ou no cemitério. De acordo com a cultura popular, a falta de companhia facilita que os espíritos atormentem os jogadores. E desde o século 16, e principalmente a partir do 17, é superstição comum entender que os cemitérios são frequentados por espíritos.
Antes de contatar os espíritos, deve montar um clima para o jogo, o que inclui esperar anoitecer, apagar as luzes e acender velas e incensos. Para conversar com algum parente específico, o que pode ajudar é decorar o tabuleiro com joias e outras relíquias do falecido.
Uma pessoa deve ser eleita por unanimidade para ser o médium, uma espécie de porta-voz do grupo.
Todos os participantes devem colocar o dedo indicador e médio na prancheta. No início da partida, a peça deve estar localizada na letra G (outro mandamento da cultura popular sem explicação). Há casos em que o tabuleiro precisa de um certo tempo para começar a responder. Se demorar demais, uma possível solução é mover a prancheta em círculos.
Comece o diálogo de maneira simples, aumentando a complexidade das perguntas aos poucos. Algumas sugestões: Quantos espíritos há nesta sala? Você é um bom espírito? Qual é o seu nome? Para bons resultados, todos precisam concentrar-se apenas nas questões do jogo. É bom alguém anotar os movimentos da prancheta para que as informações não sejam esquecidas.
A forma padrão de encerrar o jogo é dizer “adeus”. Mas podem acontecer imprevistos. Segundo o médium Leonardo Trevisan, jogos como o Ouija costumam atrair espíritos brincalhões ou que possuam moral pouco elevada. Se a prancheta passar pelos quatro cantos do tabuleiro, significa que um espírito maligno está presente. Se a peça fizer um oito sem parar, é sinal de que o espírito maligno está a controlar o tabuleiro.
Quando o espírito tem um comportamento estranho descrito na legenda anterior, deve presumir-se que ele pretende escapar do plano em que se encontra. Se isso acontecer, encerre a sessão virando o tabuleiro de cabeça para baixo contando de Z a A (ou de 9 a 0).